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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Entre Duas Águias (1932)


Na época em que "Devil and the Deep" foi lançado, Tallulah Bankhead já tinha uma carreira consolidada no teatro, participando de uma dúzia de peças em Londres, onde permaneceu por oito anos. Retornou aos Estados Unidos na década de 30 para fazer filmes e o primeiro deles foi "Tarnished Lady" dirigido por George Cukor, Bankhead comportou-se bem no set e as filmagens foram concluídas sem problemas. A verdade é que a atriz achava a produção de filmes entediante, mas a oportunidade de ganhar $50.000 por filme era muito atrativa para ser rejeitada. Em 1932, Tallulah completa 30 anos de idade e protagoniza "Entre Duas Águias", que destacou-se pela presença de três grandes atores no elenco: Gary Cooper, Charles Laughton e Cary Grant. Alguns anos depois, Tallulah declarava "Dahling, the main reason I accepted [the part] was to fuck that divine Gary Cooper!".

Nesse 7 de maio, comemora-se o aniversário do ator de talento imensurável. Gary Cooper protagonizou filmes por mais de três décadas, foi forasteiro e galã de Barbara Stanwyck, Ingrid Bergman, Claudette Colbert, Joan Crawford, Marlene Dietrich e também nesse Pre-Code pouco conhecido com nossa Tallulão.


O filme começa numa base de submarino na costa da Africa, onde o comandante Charles Sturm (Charles Laughton) vive a seis meses com a jovem esposa Diana (Tallulah Bankhead). Sr. Sturm é um homem ciumento e chega a ser violento com a mulher, principalmente quando sua reputação começa a ser alvo de comentários na ilha onde trabalha. Ele desconfia do envolvimento de Diana com o tenente Jaeckel (Cary Grant) e passa a atormentá-la ao ponto de confessar uma traição que não existe.

Cary Grant tem uma participação interessante no filme, apesar de breve. O marido problemático e violento, interpretado por Charles Laughton, é visto por amigos do casal como um pobre homem negligenciado pela mulher. Cego de raiva, ele acusa o tenente Jaeckel (e possível rival) de ineficiência e consegue sua transferência. Outro ponto alto é a direção precisa de Marion Gering e sua técnica infalível de filmagem, que capta numa sequência de close-ups o suor e ódio estampado no rosto de Laughton.

Sentindo o peso de seu casamento falho, Diana perambula desnorteada pelas ruas da pequena cidade onde o povo celebra ao som de tambores e danças nativas. Depois de uma boa dose de álcool, ela cai num beco e é surpreendida por Sempter (Gary Cooper).

O encontro provoca uma sucessão de perguntas e olhares maliciosos do desconhecido para Diana. Digam o que quiser, a química e tensão sexual dos personagens de Cooper e Bankhead, são evidentes. Um dos primeiros diálogos entre eles é interrompido quando o jovem se distrai olhando para os seios dela e desconversa perguntando se ela não tem um casaco (?!).Nesse ponto do filme, já desenvolvemos uma forte simpatia pelo personagem de Diana e somos levados a pensar que o marido paranóico finalmente vai ter o que merece. Vai ser corno, como tanto temia.
A partir daí, é melhor você descobrir por si mesmo. Me permito compartilhar que o filme sofre uma boa reviravolta e que é melhor estar longe quando o personagem de Charles desconfiar que sua amada não lhe é mais fiel. Apesar de desprezível, Laughton torna o personagem muito humano e... medíocre. E quem quer ser retratado dessa maneira? Um ator que consegue representar esse papel com graça merece o respeito de qualquer um. O filme conta ainda com tomadas eletrizantes do navio submarino e sequências surpreendentes! Vale demais a pena conferir Charles Laughton, Gary Cooper nesse que é um dos poucos filmes da Tallulah disponíveis na internet. Em 1932 essa galera está bem jovem, linda sem photoshop e trilhando suas carreiras promissoras. Se joga no pré-code e nos contem o que acharam :)

Curiosidade:
O belo vestido usado por Tallulah na primeira cena do filme permanece catalogado e identificado no acervo da Paramount. Confira:



Publicado por Guilherme TP

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