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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A Montanha dos Sete Abutres (1951)


Lançado um ano após o inesquecível "Crepúsculo dos Deuses", essa Obra de Billy Wilder marca a primeira investida do diretor em um projeto como roteirista/produtor/diretor. Assisti à algum tempo, através da indicação de amigos e apesar de subestimado na época do lançamento, me parece o tipo de filme que "envelheceu" bem, talvez pela abordagem que ainda é extremamente atual. Cheio de personagens corrompíveis, retrata o circo feito pela imprensa para fabricar uma notícia.

Charles Tatum (Kirk Douglas) é um repórter veterano que já esteve em 11 jornais, despedido de cada um deles por difamação, problema com bebidas, entre outros motivos. Sóbrio a mais de um ano, está com um trabalho provisório que conseguiu com o dono do jornal local Jacob Q. Boot (Porter Hall). Após quase um ano sem conseguir nenhuma grande matéria, Tatum recebe a ordem de cobrir uma corrida de cascavéis, que a princípio não seria mais que outro evento medíocre. Entediado com a profissão e temendo por seu emprego, ele sai para sua missão acompanhado por Herbie Cook (Robert Arthur), uma mistura de auxiliar, motorista e fotógrafo. No meio do caminho, quando abastecia o carro encontra Leo Minosa (Richard Benedict), que ficou preso em uma mina enquanto procurava por tesouros indígenas.


Apesar do repórter acalmar a sensação de claustrofobia de Leo, que embaixo da mina corre diversos riscos como asfixia, ou até morrer soterrado. Fica claro que ele já achou sua grande notícia. Decidido a fazer o maior alvoroço possível, Charles manipula a mulher de Leo, que trabalha numa lanchonete e estava prestes a deixá-lo, a representar o papel de esposa aflita para a mídia, assim atraindo atenção do público, novos fregueses e claro, dinheiro.

Depois que o país conhece a história do simpático Leo através dos jornais, uma comoção nacional aguarda o resgate. A ambição de Charles não tem limites, uma vez que detalhes sensacionalistas não param de atrair pessoas para o local, começam a crescer o número de ofertas de diversos jornais para cobrir o caso com exclusividade.


Capaz de diminuir a velocidade do resgate para conquistar atenção, ficamos surpreendidos de quantos seres humanos se beneficiam com uma manchete, ainda que alguém corra o risco, por causa disso. O circo armado pelos jornais, pessoas e até políticos ao redor foge do controle!

Pensando melhor, não é de se admirar que o filme não tenha sido bem recebido ou visto com bons olhos. É uma caricatura da mídia sensacionalista, numa época em que tramas do tipo não estavam na moda. E a atuação do Kirk Douglas dá arrepios. Acertou de novo, Billy!

                                              Alguns cartazes do filme em diferentes partes do mundo.

Publicado por: Guilherme Toffoli

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