Bola de fogo (Ball of fire) é daqueles filmes em que a gente vive quase uma experiência extracorpórea. Tudo nos tira do chão: as atuações, o roteiro de Billy Wilder e Charles Brackett, a direção, o romance, o lelele de Barbara Stanwyck. Eu desafio você a NÃO gostar desse filme. Mais do que informar as curiosidades do filme e fazer grandes análises, hoje gostaria de contar um pouco do que senti assistindo Missy, Gary Cooper e Dana Andrews nessa comédia de Howard Hawks. Ou sobre como Bola de fogo arrancou meu coração fora.
A screw ball comedy foi um gênero de filme muito popular, que surgiu na época da Grande Depressão. Nos anos 40, ela vivia seu auge. O que você deve saber sobre este gênero: confusão. Essa é a palavra chave. O filme inteiro é (quase) sempre calcado em um mal entendido, no caso de Bola de Fogo temos uma personagem que está fugindo da polícia e se esconde na casa de um estudioso com a desculpa de ser cobaia para suas experiências linguísticas. A screw ball comedy chama a atenção pelo bate-bola-jogo-rápido. Como assim? Os personagens sempre têm uma resposta na ponta da língua, uma respostinha afiada, cheia de ironia. Às vezes é difícil acompanhar e processar o que eles estão dizendo. Quem viu Bola de Fogo há de concordar comigo que, de vez em quando, é difícil entender as ironias de Sugarpuss O’Shea. Alguns outros filmes desse gênero são Levada da Breca, resenhado pela Camila por aqui, Aconteceu naquela noite, As três faces de Eva etc etc etc.