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domingo, 10 de maio de 2015

Flores do pó (1941)

 There are no illegitimate children. There are only illegitimate parents!
Quando conversamos a respeito dessa ideia de escrevermos sobre filmes que retratam mães, na hora me veio à cabeça a linda da Greer Garson me fazendo chorar largada em Flores do pó, filme que comprei o ano passado em um momento de surto no site da Saraiva. Nunca tinha assistido nada com a atriz, e logo me apaixonei pela interpretação impecável dela como Edna, uma mulher forte e batalhadora, que realmente existiu nos Estados Unidos, e lutou contra o preconceito que existia com crianças que viviam em orfanatos.

Nessa cinebiografia, Greer Garson iniciou uma parceria de sucessos nas telas com Walter Pidgeon, que se estenderia por mais 7 filmes. Como Edna, ela encantou os telespectadores, no papel de uma "mãe de todos", que lutou pelos direitos das crianças e por melhores condições de vida para as crianças em orfanatos, e que por isso, merece ser relembrada nessa data especial.


Inicialmente, Blossoms in the dust parece um filme romântico. Edna (Greer Garson) é cortejada a todo custo pelo jovem Sam (Walter Pidgeon), e acompanhamos o desenvolvimento desse relacionamento, que culmina em um casamento. Mas a tragédia parece marcar a vida da moça. Primeiro, por que sua irmã adotiva acaba sendo rejeitada pela família de seu noivo quando eles descobrem que ela é "filha ilegítima". Isso a deixa arrasada, e ela acaba se suicidando. Esse evento deixa uma marca fortíssima na vida de Edna, já que ela era muito próxima da irmã, e não consegue entender o preconceito das pessoas pelo fato da moça ter sido adotada.

Anos depois, Edna e Sam já casados e com um alto padrão de vida graças à prosperidade dos negócios, têm um bebê, a quem os dois amam muito. No entanto, outra tragédia se abate sobre o casal, e eles perdem o menino. Edna não pode mais ter filhos, devido a uma rara condição de saúde. Por conta disso, Edna se entrega por vários anos a uma vida de futilidade em meio à sociedade, sem querer discutir a questão e deixando o marido em segundo plano. Quando Sam sugere que eles adotem uma criança, Edna fica fora de si. Apesar da recusa, os dois fazem as pazes, e Edna deixa para trás a vida vazia dos últimos tempos.



Edna descobre mais tarde, completamente por acaso a vocação de sua vida. Quando está no tribunal da cidade, ela acaba presenciando uma audiência para adoção de crianças, e fica estarrecida com o tratamento dado aos pequenos. Ela decide então levar duas crianças para casa, a fim de encontrar um lar adequado para elas.

Como prevê Sam, logo Edna tem um orfanato repleto de crianças, mas pouco dinheiro para mantê-lo, afinal, o marido perdeu toda sua propriedade anos atrás. Apesar disso, ela executa seu trabalho sempre com alegria, e acaba por desenvolver um método inovador para a época: investigar o passado daqueles que se propõem adotar, para achar a família "certa" para cada criança. No entanto, Edna enfrenta a resistência de uma sociedade conservadora e preconceituosa, e os obstáculos são inúmeros em seu caminho. Mesmo assim, ela consegue cuidar do orfanato com amor, e finalmente lutar para tirar dos registros de orfãos o título de "Ilegítimo", uma prática da época, que estigmatizava a pessoa para o resto da vida. Mas, obviamente, não é uma luta fácil no Texas marcado pelo conservadorismo.



Escolhi Flores do pó para um post de Dia das Mães por causa da admiração que tenho pela luta dessa mulher fantástica que foi Edna, e que representa o amor das mães e pais adotivos. Devo ressaltar que a atuação de Greer Garson nesse filme é destruidora nesse filme. Aliás, foi uma grata surpresa descobrir essa maravilhosa atriz, não tão lembrada hoje como tantas outras, mas que definitivamente merece muito mais do que recebe. Dois anos depois de Flores do pó, aliás, Garson ganharia o Oscar de melhor atriz por Rosa da esperança, e fez o discurso mais longo da premiação: foram cinco minutos e meio (pensa no ZZZzzzz público!).



 Adotar é um gesto de amor, e com esse sentimento, ela lutou por essa causa durante toda a sua vida, e tornando-se mãe de tantas crianças, e, consequentemente, mudando o destino delas.

Afinal, mãe não é só aquela que gera. A mãe pode ser uma avó, um pai, a pessoa que cria, que dá amor, no matter what. Flores do pó é a melhor dica que posso dar para o dia de hoje, para se emocionar e ver junto com a sua mãe, seja como for. No fim de tudo, o que importa mesmo é o amor.

Publicado por Camila Pereira.

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