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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Quando o coração floresce (1955)


"All my life I stayed at parties too long because I didn’t know when to go."
Ser solteira é quase... uma profissão, digamos assim. Não uma profissão fácil, nem sempre feliz. Você pode ir em qualquer festa e existe aquele clima aparentemente forçado de "somos todos muito felizes, que ótimo, que barato", etc, etc. E no fundo, todo mundo espera alguma coisa acontecer, a qualquer hora, como se nossa vida fosse um filme, e o ponto alto, ou mesmo o plot twist ainda não tivesse chegado. No fim das contas, a maioria das pessoas - ou as pessoas muito viciadas em cinema, como essa que vos fala - espera esse tal de milagre, que muda tudo, e aí toca Ain't no Mountain High Enough quando você anda na rua, e fica tudo ótimo. Bem, muitas vezes esse plot twist demora, e talvez não venha nunca. Na verdade, isso parece coisa de gente que vive no mundo da lua. Mas bem lá no fundo, todo mundo espera o mesmo.

Essa busca por algo que é difícil de ser nomeado, é um dos motivos que levam Jane Hudson (Katharine Hepburn), uma secretária de Ohio, até Veneza. Na história de Quando o coração floresce (Summertime), ela embarca em uma jornada de autodescoberta e de aventura, e descobre que o tal do milagre não é tãããão impossível assim de acontecer.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Fedora (1978)



Uma ode ao cinema clássico e suas divas. Crise de identidade. Crítica ferrenha ao cinema americano dos anos 70. William Holden. Com essa mistura mais atraente que o bolo de chocolate da minha avó, Billy Wilder despediu-se do cinema. Estamos falando de seu último filme, Fedora.

Quando Billy Wilder chutou o pau da barraca no ano de 1951 e denunciou através de seu filme, Crepúsculo dos deuses, toda a trairagem de Hollywood, ninguém fazia ideia de que esse filme se tornaria um tour de force do cinema, um clássico do gênero noir. Mas ao contrário do que aconteceu com muitos diretores, Billy não ficou preso a um único gênero de filme. Dirigiu o Cidadão Kane dos filmes noir, Pacto de sangue. Fez comédias como Quanto mais quente melhor e Se meu apartamento falasse, que entraram para o must see dos cinéfilos de ontem, hoje e sempre. Também tivemos suas parceiras com Marlene Dietrich em Testemunha de acusação e A mundana. Porém, como um filho pródigo sempre volta sua casa, Billy escolheu voltar para aquilo que, na minha opinião, ele sabia fazer melhor: sambar na cara de Hollywood. Fedora é um Crepúsculo dos Deuses reinventado, com um toque de absurdo.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Alta fidelidade (2000)


"What came first, the music or the misery?"
Ah, os esnobes musicais! E quando eu digo esnobes musicais, me refiro aos hardcore ones. Você realmente não conhece (a rabugice de) Rob, Barry e Dick. Mas precisa conhecer. A vida desses caras é ditar o que é bom e o que é intragável, diferenciar o aceitável do vergonhoso... e fazer listas Top 5 de absolutamente tudo, não só de música. 

A cultura pop, desde que chegou ao mundo de mansinho nos anos 60, e logo varria tudo e todos, certamente teve grande influência no que somos hoje. Toda essa representatividade do pop (há quem chame de "cultura inútil". Obviamente, não sou uma dessas pessoas) está brilhantemente colocada na vida do personagem vivido por John Cusack em Alta fidelidade, filme baseado (e quase completamente fiel) no livro homônimo de Nick Hornby. É delicioso, é pop. E vai fazer você gostar (mais, muito mais) de música. E descobrir coisas nesse mundo fascinante das letras e melodias das quais você não tinha nem ideia.

sábado, 10 de maio de 2014

A vida é uma dança (1940)



Uma semana em casa comendo canja de galinha e baixando filmes nos deixa preguiçosos. Você não tem mais disposição para escrever porque nenhum filme que você viu durante essa semana de repouso o motivou suficientemente. Então lá estava eu, pensando no próximo filme para baixar, quando me deparei com A vida é uma dança de Dorothy Arzner. A princípio baixei por causa de Lucille Ball, esse é um dos poucos filmes disponíveis dos milhões que ela fez antes de se tornar a queridinha da América com seu seriado. Porém, eu deveria acreditar mais naquela frase clássica que sempre repito por aqui: os filmes é quem me escolhem; não eu a eles. Porque foi exatamente isso que aconteceu com  A vida é uma dança. A temática transgressora para sua época, uma MULHER na direção (quando poderíamos imaginar isso na Hollywood da era de ouro, que era pior do que a de hoje em dia?) e uma história que consegue dar o seu recado: assim é essa produção da RKO. 

Providencie o arquivo do Torrent; esse filme vale realmente a pena ver. 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

O Vento Também Tem Segredos (1961)


Achei o filme bem por acaso, gostei do título e fui ler a sinopse... essas escolhas aleatórias podem ser uma surpresa! O enredo é baseado no livro de Mary Hayley Bell, sobre três crianças que descobrem um desconhecido no celeiro e acreditam que o homem é a reencarnação de Jesus Cristo. Numa cidade tão religiosa e afastada, numa época em que a ingenuidade predominava, bem que poderia ser verdade.