"Amar é sofrer. Para evitar o sofrimento, um não deve amar. Mas então, um sofre por não amar. Portanto, amar é sofrer; não, amar não é sofrer, sofrer é sofrer. Ser feliz é amar. Ser feliz então é sofrer, mas sofrer te faz infeliz. Portanto, para ser infeliz, um deve amar, ou amar o sofrimento, ou sofrer de demasiada felicidade"
Uma mistura de Tolstói e Dostoiévsk (sobretudo de referências à Guerra e Paz e Os irmãos Karamazov, de onde Woody tirou o nome do protagonista), questões existenciais, referências ao cinema de Ingmar Bergman e o humor físico de Buster Keaton, A Última Noite de Boris Grushenko (no original, Love and Death) é uma das grandes obras de Woody Allen, e o melhor da sua fase-pastelão dos anos 70. Além do mais, é a primeira fase da parceria frutífera com Diane Keaton, que comentei mais a fundo no post sobre Annie Hall. Aqui, Woody debocha da vida num geral, e faz rir com piadas e gags que surgem no ritmo de uma metralhadora.