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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

12 Anos de Escravidão (2013)


Baseado na autobiografia de Soloman Northup, que cresceu em Nova York como um homem livre e durante uma viagem à Washington é sequestrado e vendido como escravo. O mais recente filme de Steve McQueen conta com Chiwetel Ejiofor e Lupita Nyong'o, além de um maravilhoso elenco de apoio que inclui Michael Fassbender, Brad Pitt, Sarah Paulson, Benedict Cumberbatch, entre outros. Confira o que achamos de 12 Anos de Escravidão, vencedor do Globo de Ouro e grande aposta para a noite de entrega dos prêmios da Academia.

A história começa em 1841 em Nova York, onde o violinista Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) vive com a mulher e seus dois filhos. Durante uma viagem da família, recebe um convite de um artista renomado para participar de um espetáculo em Washington, no qual receberia um bom salário. Logo no começo do filme, surgem flashes de Northup acorrentado indicando um lamentável contraste com as cenas do personagem como um homem livre. Assistir aquele homem perder a dignidade de repente causa um grande constrangimento em relação ao passado.

Sr. Freeman (Paul Giamatti) comercializa os escravos, enquanto Solomon toca violino e uma mulher implora para não separar-se dos dois filhos. Solomon agora é chamado de Platt e foi vendido junto com Eliza que provávelmente nunca mais verá suas crianças. Eliza e Platt tem opiniões diferentes sobre como aceitar a nova situação, Platt (ou Solomon) ainda acredita na liberdade como uma possibilidade. Entretando, seu mestre William Ford (Benedict Cumberbatch) é um homem bondoso que questiona a escravatura, mas percebe que caso contrariasse o sistema em defesa dos escravos, estaria perdido. O carpinteiro chefe, de repente quer o pescoço do escravo recém chegado, depois de se dar conta do seu conhecimento, já que os escravos deveriam manter-se ignorantes. Afim de salvar a vida de Platt, Sr. Ford o envia para Edwin Epps (Michael Fassbender).

Sr. Epps administra uma lavoura de algodão na qual costuma pressionar diariamente o aumento da produção dos escravos. Ele mora numa antiga casa vitoriana com a esposa Mary (Sarah Paulson), que costuma assediar brutalmente os empregados, principalmente quando percebe que o marido é obcecado por Patsey (Lupita Nyong'o), um sentimento reprimido que pode significar o fim da jovem. 

Um ponto absurdamente hipócrita e cruel eram as cerimônias religiosas e a maneira que utilizavam a bíblia para justificar as chibatadas e outras barbaridades. Há um momento onde Sr. Epps é indagado e então menciona as escrituras: "o homem pode fazer o que quiser com sua propriedade". O filme amplia muito os pensamentos da sociedade naquele período e os diferentes pensamentos sobre escravidão. A história também apresenta a indústria de cana de açúcar, o quanto os fazendeiros dependiam da mão de obra escrava e o lado "comercial" que existia por trás daquele sistema.


Esse é o terceiro filme de Steve McQueen e a terceira vez que trabalha com Michael Fassbender, que protagonizou Hunger (2008) e Shame (2011). Acho que esses filmes tiveram boa notoriedade, mas é agora que a coisa ficou séria e o cara está recebendo os prêmios merecidos. É um forte candidato para a categoria de melhor filme no Oscar, e melhor fotografia, também! Vale ser visto pela história, narrativa (o filme tem duas horas, que mal percebi passar), Lupita Nyong'o - atriz estreante que merece DEMAIS ser indicada como melhor atriz coadjuvante por sua performance incrível e atuação monstruosa de Michael Fassbender.

Finalizo o post com as palavras da atriz Alfre Woodard sobre como 12 Anos de Escravidão deveria ser assistido: "Preciso mencionar, não só por estar envolvida no filme, mas também como espectadora e entusiasta do cinema americano. Há tantas coisas que este filme permite e não acho que isso aconteça frequentemente; tantos personagens diferentes, vários lugares em que poderíamos estar. E antes que pessoas brancas digam 'Oh, eu não estava lá, não quero saber disso' e os negros digam 'Você está me deprimindo, essa história me deixa triste' ... é tão mais complexo, porque Steve McQueen recriou a realidade, de forma que podemos não só visualizar nós mesmos nessas situações, mas também nossos antepassados. Reconhecer as pessoas e pensar 'Essa é a forma que minha tataravó devia andar', poderia ser alguém que viveu em Saratoga antes de Solomon ir embora, acredito que isso seja o mais incrível e uma grande oportunidade."


Publicado por: Guilherme Toffoli

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